Produção Textual
Redigir um texto parece, para muitos, um procedimento difícil... Concepção esta que, caso não seja aprimorada, acaba se tornando um estigma e, consequentemente, um entrave para o emissor no decorrer de sua trajetória cotidiana. O fato é que o ato da escrita requer do emissor determinadas habilidades que envolvem conhecimentos de forma específica.
Em uma primeira instância, reportamo-nos à ideia de que todo discurso tem um fim em si mesmo, ou seja, perfaz-se de uma intenção que se caracteriza de acordo com os objetivos que se deseja alcançar com a mensagem ora transmitida. Intenções essas materializadas sob a forma de um texto informativo, instrutivo, persuasivo, humorístico, didático, dentre outros. Desta feita, torna-se imprescindível que o emissor parta deste princípio: o que se busca mediante o trabalho com a linguagem?
Tais pressupostos tendem a se reafirmar quando comparados à fala de José Saramago: As palavras são apenas pedras a atravessar a corrente de um rio, se estão ali é para que possamos chegar à outra margem, a outra margem é o que importa.
Numa transcrição do metafórico para o sentido real, temos que “as pedras” que atravessam a corrente de um rio nada mais são que o acervo lexical que a língua nos proporciona e este acervo vai se incorporando ao nosso vocabulário à proporção que desenvolvemos o hábito de leitura. Mas elas não são suficientes para chegarmos “à outra margem do rio”, pois neste ínterim também estão correlacionados dois outros fatores de considerável relevância – os conhecimentos linguísticos (gramaticais) e o próprio conhecimento de mundo –, sendo que este último envolve o condicionante social, haja vista que para discorrermos acerca de um determinado assunto, temos que, necessariamente, elencar os argumentos que a ele faz referência.
Quando o autor nos revela que o foco principal é a “outra margem”, visto que somente ela é o que na verdade importa, essa margem nada mais é