Produção enxuta
Origens do Sistema de Produção Enxuta
Em um quadro de generalizada desaceleração do crescimento econômico, que se observa no
Ocidente a partir do início da década de 1970, considera-se que as elevadas performances que as empresas japonesas então apresentavam - e que se mantinham desde a metade dos anos de 1960, principalmente para aquelas empresas pertencentes ao setor automobilístico - estejam associadas aos novos conceitos de produção que se desenvolvem naquele setor do Japão, desde o final da segunda guerra mundial.
De fato, como mostra Womack (1990), a indústria automobilística é palco, mais uma vez, para profundas transformações na produção industrial, nesse último quarto de século. Esses novos conceitos de produção referem-se a um conjunto de inovações organizacionais que a Toyota, empresa japonesa produtora de automóveis, vinha desenvolvendo desde a metade da década de 1950. Aos novos princípios manufatureiros, Krafcik (1988) os batizou de lean production (produção enxuta) em oposição a buffered production que, segundo o autor, caracterizaria a produção em massa.
De acordo com Taiichi Ohno (1988), a origem desse sistema de produção encontra-se em uma questão que se colocava à Toyota ao se propor a ser uma empresa viável na fabricação de automóveis:
“Como produzir carros de maneira eficiente para um mercado de pequenas dimensões como era o do Japão à época do término da II Grande Guerra.”
A best practice então conhecida era aquela fornecida pela produção em massa, ou seja, a fabricação em altos volumes de produtos padronizados para um mercado de amplas dimensões. Para se ter uma idéia da magnitude da diferença quantitativa entre os mercados americano e japonês de automóveis, o produto de apenas um dia e meio de trabalho no primeiro era equivalente à toda produção anual japonesa, conforme relato de Sayer & Walker (1992). Assim, para a Toyota, o nó da questão residia em como produzir competitivamente uma