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Estamos dispostos a abrir mão da individualidade em prol da segurança?
Por Raphael Mandarino – Presidente da Associação Nacional dos Usuários de Internet
(ANUI) e membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil
Imagino que muitos como eu ficam, a cada dia, mais preocupados com as ameaças e as invasões em suas vidas privadas.
Todos os dias somos obrigados a nos deixar fotografar, filmar ou permitir a reprodução de nossos documentos pessoais para nos franquearem o acesso a prédios públicos ou comerciais. São câmeras espalhadas sem nenhum critério de regulamentação, dentro de elevadores, por exemplo, que mais servem para diversão de porteiros despreparados do que à segurança propriamente dita.
São tantas as falhas na tal segurança que chega a ser ridículo o custo/benefício no uso dos equipamentos caros e sofisticados instalados. Quem já não presenciou um motoboy amigo da recepcionista passar sem se identificar porque "é conhecido"?
Esta invasão da nossa privacidade, e a que se dá todos os dias pela Internet precisa ser discutida pela sociedade para descobrirmos até onde estamos dispostos a abrir mão da nossa individualidade e privacidade em prol da segurança e principalmente como queremos que isso se dê.
Na web, nosso assunto são invasões diárias de sites por criminosos que a imprensa insiste em tratar brandamente e emoldurá-los em uma aura dourada – os hackers. Em vários seminários e encontros técnicos, tive oportunidade de manter contato com alguns exemplares desta "espécie". Ao assistir a suas apresentações e ler suas entrevistas ou reportagens a respeito deles e seus atos, ficou-me a convicção de que em sua esmagadora maioria são o que se pode chamar de menininhos "criados por avó".
O que mais me espanta é que os maiores alvos desta "bisbilhotice" eletrônica, no
Brasil e no mundo, são entidades publicas, parecendo haver uma preferência por sites abrigados e são estes os que mais