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Resenha
Aproveitando o tema do artigo deste mês de março — a necessidade ou não de escola especial para deficiente visual sem outras deficiências —, indico o filme Vermelho como o Céu que, pelo que consta, está entre os indicados pelo MEC.
Trata-se de uma história baseada em fatos reais e ambientada na Itália.
Em razão de um acidente, um menino fica cego e necessita, por conselho médico e força de lei, frequentar uma escola especial, constituída em um instituto para meninos cegos.
O filme nos leva a refletir sobre como alguns modelos mais rígidos na educação podem bloquear nosso entendimento sobre criatividade.
Novamente surge o movimento da falsa interpretação, ou seja, vamos ao longo da vida ficando tão rígidos em nossas construções de mundo que parece que deixamos de ver o todo e passamos a tomar a parte como sendo aquilo que é real. No caso deste filme, não é diferente.
As ações pelas quais o menino tenta superar as dificuldades frente à cegueira e dar vazão à sua criatividade são novamente entendidas como problemas de comportamento, e reaparecem as punições como forma de solução.
É interessantíssima a habilidade que o jovem desenvolve para lidar com a questão, fazendo filmes e contando histórias, e envolvendo também as pessoas que convivem com ele. Esta, aliás, é uma boa sugestão de trabalho com alunos deficientes visuais e os demais.
Percebe-se que dessa construção simbólica do menino foram surgindo maneiras de resolver problemas e de lidar com o mundo.
Por se tratar de um fato real, também nos dá uma noção do tempo que alguns países e povos debatem a questão da inclusão.
Neste filme, vemos que houve um grande movimento discordante das antigas pedagogias e que, sem luta, dificilmente se chega a algum lugar. Sempre haverá pessoas que entendem que mudanças são necessárias embora causem muito medo, e outras cujo medo do novo as faz paralisar.
No entanto, o