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Procissão do FogaréuO objetivo deste artigo é analisar a dinâmica socioespacial instalada na Cidade de Goiás por meio da festa religiosa da Procissão do Fogaréu. Há uma breve discussão sobre a contribuição da festa na construção da identidade local e na formação de um sentimento de pertencimento que estabelece a existência de território.
Também analisam-se as transformações e persistências nas práticas socioespaciais dos sujeitos, enfocando a “reinvenção” da festa, sua espetacularização e mercadificação, que opõem-se à verdadeira valoração e representatividade dos signos e símbolos que compõem a cultura da cidade.
Palavras-chave: Procissão do Fogaréu, identidade, cultura, território, turismo.
Introdução
Em várias cidades brasileiras, as manifestações culturais têm ocupado um lugar relevante no que tange à valorização da cultura local, pois alguma forma a sua própria identidade, além de legarem uma singularidade ao território. Por essa razão, entre outras, essa temática tem sido apropriada pela Geografia como objeto de estudo, na perspectiva de pensar o território a partir das práticas socioespaciais.
Para Castells (2000 apud Andrade, 2008, p. 23), a construção de identidades forma-se a partir do que é fornecido pela história, geografia, biologia, pelas instituições produtivas e reprodutivas, pela memória coletiva e por fantasias pessoais, pelos aparatos de poder e pelas revelações religiosas. Entretanto, o autor ainda afirma que “todos esses materiais são processados pelos indivíduos, grupos sociais e sociedades, que reorganizam seu significado em função de tendências sociais e projetos culturais enraizados em sua estrutura social, bem como em sua ótica de tempo/ espaço”. Claval (2008, p. 17), tratando sobre a abordagem cultural na geografia, afirma que o estudo da territorialidade se desenvolve especialmente nas sociedades mais tradicionais “porque as ligações entre os grupos humanos e o espaço onde eles moram são mais diretas e mais fortes”. Na medida em que