Processamento
O povoamento tardio da Chapada Diamantina Setentrional, onde se localiza a Região de Irecê, ocorreu a partir de 1840, com a descoberta de ouro na Serra de Assuruá, no atual município de Gentio do Ouro. No final do século XIX uma estiagem prolongada assolou o sertão da Bahia e contribuiu para o povoamento de Irecê, ao provocar deslocamentos de pessoas em busca de áreas menos afetadas pelo fenômeno. A fertilidade dos solos e a existência de um lençol aqüífero subterrâneo em Irecê resultou em boas safras de milho, feijão e algodão, entre outras, dando origem ao nome da região e da cidade mais importante, Irecê (que, em tupi, significa “água subterrânea”). A partir daí foram surgindo outros povoados, a exemplo de América Dourada, Rochedo (atual Ibititá), Canarana e Canal (atual João Dourado). Posteriormente, uma nova seca levou outros grupos de famílias a ocupar uma nova área, localizada nas proximidades da Chapada de Irecê. Contudo, segundo estudo realizado pela Fundação CPE (1994), a expansão do povoamento e a multiplicação e desenvolvimento de núcleos na região só ocorrerão, sobretudo, a partir da década de 1920, transformando-se, a partir daí, em vilas e cidades, mesmo com o início de um povoamento mais sistemático e o estabelecimento de ligações ferroviárias e fluviais, a região de Irecê permaneceu praticamente isolada do litoral e improdutiva até meados do século XX. Durante um período muito extenso manteve-se restrita às atividades agrícolas de subsistência (feijão, milho e mandioca) ou à pecuária bovina. Tratava -se, assim, de um espaço regional que, à semelhança do que ocorria na maioria das demais regiões do Estado, mantinha escassas relações com os circuitos produtivos que, em última instância, determinavam a dinâmica produtiva da Bahia. Esse tipo de inserção na economia estadual – marcado pelo isolamento e pelo caráter extremamente modesto de suas principais atividades – impôs à região, evidentemente,