Problemas e questoes levantadas pelos primeiros filosofos
Os grandes filósofos da Grécia antiga colocaram-se perante o problema de compreender o que é ter conhecimento sobre o mundo. Quais, perguntaram eles, são os fundamentos e os limites da nossa capacidade para conhecer o que realmente se verifica no mundo que nos rodeia? Como seria de esperar, o projecto de tentar distinguir o conhecimento genuíno da simples opinião começou com um exame das crenças vulgares sobre o que uma pessoa racional comum pode considerar como conhecimento bem fundamentado.
É claro que existiam muitas crenças particulares comuns acerca da existência e natureza de objectos individuais do mundo, encontrados na vida quotidiana. Mas existiriam além disso verdades gerais acerca do mundo que pudessem também ser conhecidas, verdades acerca de todos os objectos ou características de um dado tipo?
Algumas verdades gerais pareciam poder ser estabelecidas por generalização a partir da experiência quotidiana. Parecia assim que se podia inferir, a partir da observação, que as estações do ano iriam seguir perpetuamente o seu curso habitual. As pedras caíam, o fogo subia, os seres vivos reproduziam-se e acabavam por morrer depois de um processo de maturação: estas e inúmeras outras verdades gerais faziam parte do inventário comum de crenças. No entanto, a reflexão crítica mostrou que a observação, estando sujeita à ilusão e ao erro perceptivo, não era frequentemente de confiança, e que as crenças gerais inferidas a partir da experiência se revelavam muitas vezes insustentáveis quando surgiam novas experiências. Além disso, as verdades inferidas pareciam carecer de exactidão e precisão, excepto em esferas limitadas da experiência observacional, como a astronomia, onde se observava uma regularidade mais perfeita e contínua do que aquela que se encontrava na experiência das coisas terrestres vulgares.
Todavia, ao procurar verdades gerais acerca da estrutura fundamental do mundo, os gregos tinham também à sua disposição as