manifestações literárias do quinhentismo
Cabe ressaltar que antes do período que se refere às Grandes Navegações, os povos europeus consideravam estar no centro do mundo, uma vez que todas as partes, até então desconhecidas, eram concebidas como pertencentes a elementos fantásticos. Após iniciadas as grandes expedições marítimas, reverteu-se toda esta ótica.
Por meio delas, estas fantasias foram cedendo lugar a fatos reais, principalmente com a conquista e a colonização de novas terras, visto que as consequências econômicas, políticas e morais, relacionadas às mesmas, tornavam-se cada vez mais importantes “aos olhos de Portugal”.
Desta forma, as obras produzidas neste período são de caráter informativo, e ao conjunto dos referidos relatos, atribuímos o nome de Literatura de Informação ou Literatura dos Cronistas e Viajantes. Os textos, escritos em prosa, eram bem aceitos em Portugal e na Espanha, pois as paisagens exuberantes e os costumes exóticos ligados à natureza do homem brasileiro atendiam plenamente aos interesses econômicos, principalmente do colonizador.
Dentre estas obras, destacam-se como mais importantes:
Carta de Pero Vaz de Caminha, dirigida ao rei D. Manuel, relatando o descobrimento e as principais impressões da nova terra;
Diário de navegação, de Pero Lopes de Souza (1530);
Tratado da terra do Brasil e história da Província de Santa Cruz, a que vulgarmente chamamos de Brasil, de Pero de Magalhães Gândavo (1576);
Narrativa epistolar e Tratado das terras e das gentes do Brasil, de Fernão Cardim (1583);
Tratado descritivo do Brasil, de Gabriel Soares de Souza (1587);
Diálogos das grandezas do Brasil, de Ambrósio Fernandes Brandão (1618);
Cartas