Princípios de Bases Farmacologicas
LAGES
2009
IMPORTÂNCIA HISTÓRICA DE PLANTAS PARA A MEDICINA TERAPÊUTICA
Até o século XIX, os recursos terapêuticos eram constituidos predominantemente por plantas e extratos vegetais, o que pode ser ilustrado pelas Farmacopéias da época.
No início do século passado, esses recursos começaram a ser estudados com os instrumentos científicos da época e se estabeleceu paulatinamente a tendência de utilização das substâncias ativas isoladas, os chamados “princípios ativos”, resquício da linguagem alquimista da época. As descobertas das substâncias ativas presentes nas plantas medicinais alavancaram, junto com o início da síntese orgânica, uma revolução científica e tecnológica, alterando muito rapidamente o arsenal terapêutico. Por exemplo, em 1897 Kolbe sintetiza o ácido acetilsalicílico, inspirado na salicina, tida como substância ativa de Salix alba.
É importante ressaltar que, em muitas situações, a descoberta da atividade dessas substâncias não representou apenas o surgimento de um grupo novo de substâncias, mas originou a identificação de uma nova possibilidade de intervenção terapêutica. Não se conheciam anestésicos locais, bloqueadores musculares, anticolinérgicos, entre outras categorias terapêuticas, antes do isolamento e estudo da atividade da cocaína, tubocurarina e atropina, respectivamente.
Tabela de Cronologia da descoberta de fármacos protótipos a partir de plantas
Exemplos de fármacos obtidos a partir de matérias-primas vegetais
Fármaco
Classe terapêutica
Espécie vegetal
Artemisinina
Antimalárico
Artemisia annua L.
Atropina
Anticolinérgico
Atropa belladonna L.
Capsaicina
Anestésico tópico
Capsicum ssp.
Colchinina
Antirreumático
Colchicum autumnale L.
Digoxina
Glicosídeos cardíacos
Digitalis purpúrea L., D. lanata Ehrhart
Escopolamina
Antiparkinsoniano
Datura spp.
Emetina
Antimebiano
Psychotria ipecacuanha (Brot.) Stokes