Princesa da Chuva
O estímulo à imaginação pela narrativa (…) é uma verdadeira pedagogia da criatividade – que terá mais tarde reflexos não só no sentido de liberdade do homem adulto perante os sistemas mecanicistas que o rodeiam, como na invenção científica, no pensamento filosófico e na criação artística ou poética.
(Quadros apud Bastos 1999: 30.
A literatura infantil assume uma função educativa para a criança, estimulando o gosto pela linguagem, pela leitura e pela escrita, e, ao mesmo tempo, desperta o interesse e sensibilidade, levando-a a viajar por um novo mundo, onde o real e o sonho se entrecruzam.
Seguindo esta linha de pensamento, pegámos no livro A Princesa da Chuva, conto infantil contemporâneo de autoria de Luísa Ducla Soares, que é um livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o segundo ano de escolaridade, destinado a leitura orientada na sala de aula, e refletimos sobre ele.
Desde logo uma questão se impõe: como fazer para conhecer este livro? A resposta afigura-se-nos óbvia: adquirindo, por meio próprio ou via biblioteca, o conto e lendo-o. Certo, mas o caminho deve ser bem mais profundo! Primeiro, pega-se no livro, manuseia-se, observa-se, folheia-se, cheira-se… Logo nesse contacto, damos conta que a capa e contracapa têm um fundo cor-de-rosa que, de certa forma, poderá simbolizar o sonho, simbolismo também, por vezes, associado a esta cor. As guardas, por sua vez, são de cor esverdeada… o que poderá representar? Não sabemos, mas ficamos com essa dúvida num cantinho da nossa memória, e continuamos a tentar desvendar um pouco da história, recorrendo ao título e à imagem da capa: um rei abraçado a uma pequena princesa. Talvez isto nos diga, desde logo, que estas vão ser as personagens em torno das quais se desenrola toda a história.
Contudo, como qualquer ser humano, somos dotados de curiosidade e memória e, por isso, não esquecemos o que vimos enquanto folheámos este livro: ilustrações sugestivas, que