PRIMO BAS LIO
A obra retrata claramente aspectos como a crítica social, exploração sexual, baixeza de caráter presente na construção de alguns personagens, a narrativa irônica e as referências pouco ligadas à moral, aos costumes e a religião.
A obra levanta fortes críticas à burguesia de Lisboa. Os personagens são estereótipos de comportamentos fúteis julgados como ridículos durante o próprio livro. A própria personagem principal da obra não consegue diferenciar valores morais, confundindo amor, desejo, paixão e vulgaridade. Luísa não se importa com o adultério em si, mas tem medo de perder a vida tranquila que levava ao lado de Jorge. Ela sofre com a decepção amorosa relacionada a Basílio, não com a traição que cometeu ao marido. A obra é claramente um meio de combate social. No livro, Eça ataca o casamento, visto como uma das instituições mais sólidas, já que Luísa e Jorge são casados apenas por conveniência. De forma sarcástica critica valores e costumes da sociedade de Lisboa. A obra retrata principalmente esse triângulo entre Basílio, Jorge e Luísa, mas por trás é formada por inúmeros problemas sociais registrados através de outros personagens. Juliana demonstra-se vingativa e egoísta, além de invejosa, já que deseja “trocar o papel” com Luísa. Leopoldina demonstra-se imoral, além de encorajar Luísa em sua “aventura” com o primo.Basílio demonstra cinismo, desprezo e chega a ser perverso. Outros personagens também apresentam em suas aparições durante a obra, mesmo que indiretamente, valores que vão contra a moral. Como escritor realista, Eça não quer mostrar durante a obra aquele amor muitas vezes perfeito explorado no Romantismo. Demonstra a realidade que sucede o casamento, a infidelidade, a hipocrisia típica de casais que vivem de “fachada”. Além de personagens revoltados com a sociedade, que se sentem por essa menosprezados. Na obra, abusa da descrição minuciosa do espaço físico e da sociedade, explicando