primeiros socorros
João Baptista Vilhena
A entrada no século XXI não livrou a sociedade brasileira de velhos desafios: diminuir a desigualdade sócio-econômica, garantir o acesso universal aos serviços de educação e saúde, proteger os direitos de expressão das minorias, eliminar formas de trabalho obsoletas, como a escravidão, são apenas alguns. Nesse cenário, os agentes políticos, econômicos e sociais assumem uma nova postura.
O governo e os agentes públicos, cada vez mais conscientes de suas dificuldades em garantir a oferta adequada de bens sociais, aliam-se às organizações privadas sem finalidade lucrativa (ou organizações não governamentais, ONGs) visando garantir o desenvolvimento de ações sociais mais efetivas.
As ONGs assumem sua parte nessa aliança. Como se encontram mais próximas da sociedade – e conseqüentemente de seus problemas - são capazes de diagnosticar com maior precisão as ações sociais que devem ser implementadas. Como não estão subjugadas aos entraves burocráticos do setor público, desenvolvem sistemas de gestão mais modernos e flexíveis.
Finalmente, as empresas assumem sua responsabilidade pelo desenvolvimento social positivo e implantam ações voltadas para tal fim. A Pesquisa Ação Social das Empresas do Sudeste, desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA – em 1999 com 1.315 empresas, apresentou os seguintes resultados:
- 68% das empresas realizaram ações sociais para a comunidade em 1998;
- 63% das empresas realizaram ações sociais para seus empregados em 1998;
Ao agregar esses dados, a pesquisa mostrou que em 45% dos casos, os beneficiados das ações sociais das empresas foram a comunidade e os empregados, em 22% dos casos, somente a comunidade foi beneficiada, em 17% dos casos, somente os funcionários e apenas 16% das empresas não realizou ação social.
Mas, se o objetivo das empresas é o lucro, vale a pena investir em ações de cunho social? Em primeiro lugar, o lucro não é