Primeiros Sistemas Economicos
"Possa ele tornar os campos produtivos como o cultivador, Possa ele multiplicar os rebanhos como um pastor de confiança,
Sob seu reinado, que haja plantas e grãos,
Que, no rio, haja água de sobra,
Que no campo possa haver uma segunda colheita" .
Oração mesopotâmica do IIIº milênio a.C., para celebrar o ritual da união do rei com a deusa da Terra.
Foi no decorrer do período neolítico 7000-3000 a.c.), que o homem adotou uma radical mudança em seu relacionamento com a natureza. De um comportamento puramente predatório, baseado na caça, pesca e coleta de frutos e plantas comestíveis, que lhe impunha uma existência nômade e impedia seu crescimento demográfico, ele lentamente passou a ser um produtor, modificando, com sua intervenção, a seleção natural das espécies animais e vegetais, favorecendo a reprodução daquelas que lhe poderiam servir de alimentos.
Esta mudança, que recebeu a tradicional denominação de Revolução Neolítica, consistiu basicamente na domesticação de animais e no aparecimento da agricultura.
Foi a atividade agrícola, principalmente, que permitiu que o homem passasse a viver em comunidades estáveis, sedentarizando-o, e introduzindo a noção de trabalho coletivo e regular.
Paralelamente, com o crescimento demográfico decorrente do controle que o homem passou a ter sobre suas fontes de alimentação, começou a ocorrer uma diferenciação social do trabalho - possibilitando o desenvolvimento de novas técnicas, como a cerâmica, a tecelagem e a fabricação de instrumentos de pedra polida, que contribuíram para o sucesso das comunidades sedentárias - ao mesmo tempo em que as ligou por meio de um sistema de trocas, precursor da atividade comercial.
A crescente liberação de braços da atividade básica de prover o sustento da comunidade, aliada à progressiva diferenciação social do trabalho, levou à formação de diferentes ritmos de produção e acumulação de bens econômicos, o que acabou por produzir o conceito