Primeira Guerra Mundial
UNILA
Área Temática: História das Relações Internacionais
AS VÉSPERAS DA PRIMEIRA GRANDE GUERRA E SUAS
CONTRADIÇÕES: SUPREMACIA E DECADÊNCIA
Thiago de Queiroz Brás1
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Acadêmico do Curso de Relações Internacionais e Integração da Universidade Federal da Integração
Latino-Americana. Correio eletrônico: thiago.bras@unila.edu.br. Telefone: (45) 9988-3546.
Há um mês, a Europa era uma comunidade pacífica de nações; se um inglês matasse um alemão, ele era enforcado. Agora, se um inglês mata um alemão, ou se um alemão mata um inglês, ele é um patriota, que honrou seu país.
- Bertrand Russel
Os anos que antecedem à agosto de 1914 são fundamentais na história do capitalismo e do liberalismo triunfantes. O mundo ocidental atravessava uma época de relativa paz quase total não fosse pelos britânicos e russos envolvidos em conflitos. A
Russia lutou contra os turcos na década de 1870, já em 1904-1905 foi a vez dos japoneses, que fizeram dessa campanha um desastre à Rússia. Já os britânicos tiveram um saldo negativo de 29 mil mortos e um gasto de 220 milhões de libras esterlinas na
África do Sul (Hobsbawm, 1988, p. 423). As campanhas militares se davam ultramar como forma de expansão colonial e o domínio expansivo colocou a Europa dominante, como qualificou o historiador Maurice Crouzet (1962, p.14-15), no seu ápice, em seus múltiplos sentidos: econômico, tecnológico, militar, social e etc.
Esse arquétipo econômico e político pareciam inquestionáveis dado seu sucesso; os méritos desse capitalismo liberal e da democracia não deveriam ser discutidos.
Entretanto, no ano de 1914, as estruturas de dominação e enriquecimento da Europa seriam abaladas, desequilibrando o edifício. A supremacia estava ameaçada pela contenda que aconteceria entre as nações europeias. Os novos paradigmas pelos quais prosperavam a sociedade ocidental europeia foram retidos e deram lugar a um cenário de conflitos