Primavera árabe
CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
INTRODUÇÃO
O movimento de revolta popular no mundo árabe iniciou-se na Tunísia e no Egito. Em menos de um mês, as manifestações pró-democracia derrubaram os presidentes tunisiano Ben Ali, em 14 de janeiro, e o egípcio Hosni Mubarack, em 11 de fevereiro, e provocaram crises em países como Líbia, Síria, Iêmen e Bahrein. O mundo mulçumano experiencia na atualidade uma crise profunda. Em quase sua totalidade, nos países, a despeito das riquezas petrolíferas, a conjuntura econômica é pior do que há cinco décadas, e continua se agravando. Segundo Demant(2004, p.333):
“Suas populações crescem mais rapidamente do que em qualquer parte do planeta. Há meio século, quando se libertaram do impacto da colonização, o Egito, o Irã e a Argélia se encontravam na mesma faixa de renda que Taiwan, Cingapura ou o Brasil. Hoje, o PIB per capita destes últimos é três a quinze vezes maiores. A maioria dos Estados mulçumanos tem governos autoritários ou ditatoriais; poucos conseguiram alcançar democracias pluralistas.” Este ensaio se desafia a apresentar algumas análises que colaborem com a discussão dos condicionantes dos conflitos desencadeados nos países do norte do continente Africano e do Oriente Próximo. Uma tentativa de apresentar linhas teóricas que buscam compreender sua gênese e sua correlação com o desenvolvimento do atual sistema político e econômico mundial.
Num primeiro momento de análise delimita-se o conceito de espaço a partir das contribuições de Lefebvre que possibilite uma leitura dos conflitos, levando-se em conta a superposição dos tempos históricos. Num segundo momento a partir das contribuições de Arendt analisam-se as proposições destas revoltas com base em seu conceito de política. Posteriormente apresentam-se alguns paradigmas teóricos em geopolítica, destacando-se a tese do fim da história de Francis Fukuyama que se afina com as tendências políticas