Pretéritos
Na mesma linha de pensamento, Oliveira (2003, citada por Jacinto, 2007) refere que “este tempo não marca perfectividade mas uma duração”, que, sem dúvida, se inicia no passado, mas se estende até ao momento presente, sendo-lhe associado um valor iterativo, que desaparece quando o ponto de referência temporal não é o do momento da enunciação (Quando o Manuel ligar, já o Pedro tem tudo estudado.), quando o modo do auxiliar não é o indicativo (Não me surpreende que ele tenha ficado em casa.) e quando refere o contexto de uma predicação estativa (Ele tem sido feliz.). Jacinto (2007) infere que o valor de iteratividade do Pretérito Perfeito Composto se deve à “vagueza inerente à duratividade característica do verbo auxiliar ter”.Peres (1996) discorda, atribuindo a este tempo verbal dois valores: um valor durativo (ao qual correspondem predicações estativas, com valor de anterioridade (sobreposição) - A Maria tem estado doente.) e um valor iterativo (ao qual correspondem predicações não estativas, com valor de anterioridade e iteratividade –
O Pedro tem estudado bastante.
).
O Pretérito Perfeito, ainda que em casos muito restritos, pode, segundo Peres, apresentar um valor não iterativo, com características perfectivas, como na expressão
Tenho dito!
Santos (1999) apresenta três classes aspectuais de base do Português: Estados, Eventos e Propriedades. Quando o