Presentes De Reis Magos
O. Henry
Adaptação de Paulo Sérgio de Vasconcellos
[I]
Um dólar e oitenta e sete centavos. Era tudo. E sessenta centavos eram de pennies (unidade de moeda em uso nos USA), economizando um a um. Por três vezes Della contou. Um dólar e oitenta e sete centavos. E no dia seguinte era Natal.
Não havia certamente nada a fazer senão cair na pequena poltrona remendada e chorar. Assim fez Della.
Enquanto a dona da casa estava chorando, dê uma olhada na casa. Um pequeno apartamento mobiliado por oito dólares semanais. Era bem pobre. Na entrada, uma caixa de correspondência na qual não penetrava nenhuma carta e uma campainha que nenhum mortal poderia fazer soar.
Della terminou de chorar e se pôs a passar pó-de-arroz no rosto. Parou perto da janela e viu lá fora, indiferente, um gato cinza andar por uma cerca cinza num quintal cinza. Amanhã era o dia de Natal, e Le só tinha um dólar e oitenta e sete centavos para comprar um presente para Jim. Tinha poupado cada centavo que podia durante meses, com tal resultado. Vinte dólares por semana não duram muito. As despesas tinham sido maiores do que ela calculara. Sempre são. Somente um dólar e oitenta e sete centavos para comprar um presente para Jim. O seu Jim. Passara muitas horas felizes planejando comprar algo bonito para o marido. Algo fino e raro e de prata maciça – algo que fosse digno da honra de pertencer a Jim.
Havia um espelho alto e estreito entre as janelas do quarto. De repente, Della parou diante dele. Seus olhos brilhavam, mas sua face perdera a cor em vinte segundos. Rapidamente, ela soltou seus cabelos e deixo-os cair em todo o seu comprimento.
No momento, havia dois bens de que ela e o marido se orgulhavam. Um era o relógio de ouro de Jim, que tinha sido de seu pai e de seu avô. O outro era o cabelo de Della. Agora, então, o belo cabelo de Della lha caía pelo corpo, ondulado e brilhante como uma cascata de águas castanhas. Chegava abaixo de seus joelhos e quase a cobria como um vestido. E