Presente
Deus e o homem segundo Sartre
Segundo a concepção tradicional, a essência do homem precede a existência. Não é essa, no entanto, a posição de Sartre. E sendo ateu, não aceita a concepção de criação divina a partir de um modelo. Por isso especifica que, ao contrário das coisas e animais, no homem a existência precede a essência, e isso significa: “Que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e quer só depois se define. O homem, tal como o concebe o existencialista (Sartre), se não é definivel, é porque primeiramente não é nada.
Qual a diferença entre o homem e as coisas? É que só o homem é livre. (eu não concordo dessa tese, e concordo com uma frase de Platão ____________________________________) O homem nada mais é do que o seu projeto. A palavra projeto significa, etimologicamente, ser lançado “adiante”, assim como o sufixo ex da palavra existir significa “fora”.
Portanto, a consciência do homem o distingue das coisas e dos animais que são “em si"” ou seja, como não são conscientes de si, também não são capazes de colocar “ do lado de fora” para se auto examinarem.
O que acontece ao homem quando se percebe “para si”, aberto à possibilidade de construir ele próprio a sua existência? Descobre, que não havendo essência ou modelo para lhe orientar o caminho, seu futuro se encontra disponível e aberto, para relembrar que os valores não são dados nem por deus nem pela tradição: só o próprio homem cabe inventá-los. Agora se o homem é livre, é conseqüentemente responsável por tudo aquilo que escolhe e faz. A liberdade só possui significado na ação, na capacidade do homem de operar modificações no real.
O homem sartreano é desamparado, sem presente, sem chão, voltado para o passado buscando um futuro a ser construído. Sua moral é da escolha, pois segundo Sartre: O homem é livre para agir, para engajar-se na luta pela vida da qual o próprio homem é contingente.