Preparo de telas
(versão revisada e atualizada em março de 2009)
João Barcelos www.joaobarcelos.com.br 1. Introdução
Durante o nosso processo inicial de aprendizado na pintura, deparamo-nos com tantas dúvidas e obstáculos que não há sequer espaço para alguns detalhes, mesmo que sejam importantes. Nesta fase, não faz muita diferença se os pigmentos que estamos usando possuem pouca ou muita resistência à luz (permanência), se são transparentes ou opacos. Também, pouco importa a qualidade do óleo de linhaça (1). Não sabemos ainda a que tipos de pincéis melhor nos adaptamos. Assim, dentro desse contexto, a qualidade das telas fica em plano bem inferior. Lembro-me de que qualquer uma servia. Apenas lixava um pouco a superfície quando a sentia muito áspera. No meu entender, a pintura é, principalmente, um misto de sentimento e técnica. A primeira é uma característica de cada um. É a maneira como vemos o mundo a partir do nosso interior. A técnica é o agente que permite dar vazão a este sentimento. Melhoramos nossos sentimentos, observando, pensando, discutindo, tendo dúvidas (muitas dúvidas), vendo outros trabalhos, visitando exposições, museus, galerias... Por outro lado, o aprimoramento da técnica requer prática e estudo constante. A finalidade destas notas é apresentar o resultado de um estudo que tenho feito nestes últimos anos sobre preparo de telas. Como a minha pintura é a óleo, vou ter sempre esta motivação como ponto de partida, mas não será difícil fazer conclusões sobre o caso da pintura acrílica. Vou procurar me apoiar em fatos desde o início de minhas atividades artísticas, de forma mais profissional, que data do início dos anos 90. Claro está que muito do que vou apresentar é questão pessoal e de ponto de vista. Entretanto, como fui beneficiado com experiências de outras pessoas, acredito que o mesmo possa ocorrer em sentido inverso. Acho oportuno dizer que muito do que aprendi, e venho aprendendo, está na troca de ideias com meus colegas artistas,