prefeito
Parte XI
Observação final (a não ser que me solicitem mais) com demonstração de matemática elementar, meu caro Watson (a partir de dados fornecidos inconscientemente pelo próprio autor), provando que o Brejal, com apenas duas ruas, era uma das maiores cidades do Maranhão, cuíca do mundo. Rationale.
I) Na pág. 60 está: “– Quantos eleitores tem o Brejal? – 2.053 – ambos responderam”.
II) Pode-se precisar razoavelmente a época da istória pela frase à pág. 10: os dois coronéis eram “da mesma corrente política invicta em todos os pleitos realizados desde a queda da ditadura”. José Ribamar Sir Ney está falando da outra ditadura, 1930/45, anterior à dele, 1964/85. Ora, “todos os pleitos” são mais três, no mínimo. Dois, definitivamente, não são todos. Portanto, a istória (!) acontece por volta de 1960, mais ou menos 15 anos depois da queda da ditadura getulista. Isso é estatisticamente importante: nessa época. Numa região pobre, a população abaixo de 18 anos elevava-se a mais de 60% (hoje é 40% em todo o país). Mas vamos deixar por 50%. Portanto os 2.053 eleitores são parcela, não de 100% da população, mas de 50% dela, já que metade não estaria na faixa do voto.
III) Nas quatro linhas finais da istória, numa babaquice que pretende, acho, ser poética-social-irônica, o autor grandilóqua: “…E o povo do Brejal feliz: oitenta por cento de tracoma, sessenta de bouba, cem por cento de verminose, oitenta e sete de analfabetos, mas feliz, ouvindo a valsa do Brejal, Brejal dos Guajajaras”.
Ora, quem tem 87% de analfabetos, tem penas 13% de alfabetizados. Como os 50% da população abaixo de 18 anos não votam (embora, por serem mais novos, devam ter até maior índice de alfabetização) isso significa que dos 13% alfabetizados apenas 6,5% votam. Quer dizer, os 2.053 eleitores do Brejal correspondem a 6,5% da população total. Façam agora uma simples regra de três: “6,5% estão para 2.053 assim como 100% estão para X”, e verificarão que Brejal dos Guajas