Predios verdes
O arquiteto americano especializado em prédios ecologicamente corretos diz que esses lugares ajudam a aumentar a produtividade e a reduzir gastos
Por Ana Luiza Herzog Revista Exame - 11/04/2007 O alemão Volker Hartkopf, titular do curso de arquitetura da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, defende a tese de que o lucro será maior nas empresas instaladas em escritórios sustentáveis e que levam em conta o bem-estar dos funcionários. EXAME: Qual a diferença entre trabalhar num prédio ecologicamente correto e num edifício comum? Volker Hartkopf: As empresas produtivas serão aquelas que levam em conta o bem-estar dos funcionários. Não há como ser eficiente num ambiente escuro e com um ar-condicionado que vive emperrado. Quais são os ganhos de produtividade dos funcionários nos prédios "verdes"? Ao aumentar a ventilação nas áreas onde as pessoas circulam, a produtividade pode crescer até 15%. Nas escolas, a iluminação natural tem capacidade de aumentar em cerca de 30% a capacidade de aprendizado dos alunos. Existem também ganhos na redução de custos? Os edifícios verdes podem gerar mais energia do que consomem. Isso representa uma enorme economia de dinheiro. Mas há um ponto mais importante. Nos Estados Unidos, os prédios convencionais consomem 70% da energia disponível no país. Nas grandes cidades da China, a necessidade adicional de energia para manter ligados os aparelhos de ar-condicionado exige que uma usina seja construída por semana. Isso não é sustentável. Se a vantagem é tão óbvia, por que todas as empresas não migram para edifícios ecologicamente corretos? Os projetos de edifícios verdes são mais caros. Aos poucos, porém, as companhias estão percebendo que o investimento compensa a médio e longo prazo, em termos de redução de custos e ganhos de produtividade dos funcionários. O fenômeno do aquecimento global pode acelerar essa tendência? Sim. Com a ameaça do aquecimento global, os prédios terão de passar por