Preconceito
Vivemos nos renegando, virando as costas uns para os outros. São sulistas contra nordestinos, moralistas contra libertários, direitistas contra esquerdistas. Subjugamos o próximo mais por uma necessidade de auto-afirmação que, propriamente, por uma atitude de desprezo. É o branco que, ao julgar o negro inferior, se coloca um patamar acima, se sentindo mais confortável diante do infortúnio alheio. É o homem que, ao oprimir a mulher, conquistava mais espaços nos ambientes sociais e trabalhistas.
Mas bem que poderia ser o contrário, a começar pelas próprias minorias. O negro, que conhece a dor do racismo, acolhendo o pobre. O pobre, por sua vez, acolhendo o negro e a mulher. A mulher acolhendo o negro, o pobre e o homossexual... Daí por diante, de modo que o branco, o rico e o macho heterossexual reconhecessem essa harmonia, se integrando a ela, mesmo que por uma imposição cultural, de enquadramento numa nova ordem das relações sociais. E quando falo em