pre modernismo
Filho do tipógrafo João Henriques Barreto, conhecido por traduzir o manual de tipografia adotado por muitos dos profissionais do ramo, e de uma professora primária, dona Amália, com quem aprendeu as primeiras letras.
Estudante de engenharia na Politécnica do Rio, interrompeu o curso para trabalhar, já que precisava sustentar seus irmãos mais novos, Angelina, Carlindo e Eliézer, pois o seu pai havia enlouquecido e sua mãe morrido.
Aposentou-se ainda jovem da função de amanuense (pequeno funcionário público) devido ao alcoolismo e por apresentar problemas mentais (quando bêbado, tinha alucinações, vendo-se perseguido por animais, pelo povo e pela polícia). Por esse motivo, foi, por duas vezes, internado no Hospital dos Alienados, onde escreveu a obra O cemitério dos vivos.
Sobre a loucura, a fala do narrador de Triste fim de Policarpo Quaresma parece ser a própria voz de Lima Barreto:
Saiu o major mais triste ainda do que vivera toda a vida. De todas as cousas tristes de ver, no mundo, a mais triste é a loucura; é a mais depressora e pungente.
Lima Barreto foi um jornalista atuante e polêmico, chegando a militar na imprensa maximalista, influenciado que foi pela Revolução Russa de 1917 e por Karl Marx (1818-1883), teórico do socialismo e revolucionário alemão.
Sem apoio dos intelectuais ricos e brancos, com exceção de Monteiro Lobato, que publicou um de seus romances, não conseguiu atingir a fama com que tanto sonhava, vindo a morrer aos 41 anos, pobre e rejeitado, no subúrbio carioca, em 1922.
Mas Lima Barreto fez escola, influenciando inúmeros autores contemporâneos, dentre eles, João Antônio, autor de Malagueta, perus e bacanaço; Rubem Fonseca, autor de Feliz ano novo, e o teatrólogo Plínio Marcos, autor de Dois perdidos numa noite suja.
Cronologia das obras
Romances
1909 – Recordações do