pre modernismo

6871 palavras 28 páginas
O mulato Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 13 de maio de 1881, exatamente sete anos antes da abolição dos escravos.
Filho do tipógrafo João Henriques Barreto, conhecido por traduzir o manual de tipografia adotado por muitos dos profissionais do ramo, e de uma professora primária, dona Amália, com quem aprendeu as primeiras letras.
Estudante de engenharia na Politécnica do Rio, interrompeu o curso para trabalhar, já que precisava sustentar seus irmãos mais novos, Angelina, Carlindo e Eliézer, pois o seu pai havia enlouquecido e sua mãe morrido.
Aposentou-se ainda jovem da função de amanuense (pequeno funcioná­rio público) devido ao alcoolismo e por apresentar problemas mentais (quando bêbado, tinha alucinações, vendo-se perseguido por animais, pelo povo e pela polícia). Por esse motivo, foi, por duas vezes, internado no Hospital dos Aliena­dos, onde escreveu a obra O cemitério dos vivos.
Sobre a loucura, a fala do narrador de Triste fim de Policarpo Quaresma parece ser a própria voz de Lima Barreto:
Saiu o major mais triste ainda do que vivera toda a vida. De todas as cousas tristes de ver, no mundo, a mais triste é a loucura; é a mais depressora e pungente.
Lima Barreto foi um jornalista atuante e polêmico, chegando a militar na imprensa maximalista, influenciado que foi pela Revolução Russa de 1917 e por Karl Marx (1818-1883), teórico do socialismo e revolucionário alemão.
Sem apoio dos intelectuais ricos e brancos, com exceção de Monteiro Lobato, que publicou um de seus romances, não conseguiu atingir a fama com que tanto sonhava, vindo a morrer aos 41 anos, pobre e rejeitado, no subúrbio carioca, em 1922.
Mas Lima Barreto fez escola, influenciando inúmeros autores contempo­râneos, dentre eles, João Antônio, autor de Malagueta, perus e bacanaço; Rubem Fonseca, autor de Feliz ano novo, e o teatrólogo Plínio Marcos, autor de Dois perdidos numa noite suja.
Cronologia das obras
Romances
1909 – Recordações do

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