Pra A Da Liberdade
A construção paisagística da Praça da Liberdade foi arquitetada em conjunto com as funções e valores sócio-políticos das estruturas de seu entorno.3 Quem enxerga a praça a partir da Avenida João Pinheiro consegue perceber com facilidade como as linhas paisagísticas da praça convergem, em linha reta, para o Palácio do Governador, praticamente conduzindo a vista do observador para essa última construção. Passa-se com isso uma ideia de que a praça seria algo como um jardim do governo.
Contudo, um olhar mais detalhado sobre as formas da Praça da Liberdade indica que existem diversos sub-centros gravitacionais. Ou seja, há diversos ambientes intermediários, como as fontes e o coreto, para os quais convergem os jardins, espaços abertos e direcionam-se os bancos. Esses ambientes proporcionam agradáveis locais de lazer, bem como possibilitam a realização de eventos artísticos. Contornando toda a praça, também temos uma área de circulação, utilizada para corridas, caminhadas ou, simplesmente, para passeios.
Todavia, a cidade possui um processo dinâmico, o que leva a novas relações entre as formas e os espaços. Com a construção de inúmeros arranha-céus em toda Belo Horizonte, hoje já não é tão perceptível a posição proeminente de relevo da Praça da Liberdade. Aliás, o crescimento da cidade tomou pontos bem mais altos, como, por exemplo, os bairros Serra e Mangabeiras, que escalam a Serra do Curral.
Com a construção da Cidade Administrativa, em 2010, no norte de Belo Horizonte, a Praça da Liberdade descresce do seu valor simbólico como a área central de governo. No lugar das instituições públicas, a Praça da Liberdade ganha em seu entorno instituições relacionadas à cultura, como mais museus e até um planetário. Nesse aspecto, com as novas propostas para o ambiente em torno da Praça da Liberdade, deixaríamos de ser uma sociedade que reserva seus melhores espaços e atenções para a política, e tornaríamos mais e mais uma sociedade voltada ao