Positivismo
A transição do positivismo de concepção crítica e de oposição à ordem estabelecida para filosofia da ordem e da harmonia social completou-se com Auguste Comte (1798-1857).
Discípulo direto de Saint-Simon em seus primeiros anos de estudo, rompeu com seu mestre por considerá-lo, juntamente com Condorcet, demasiadamente crítico e negativo. Na concepção comteana, o pensamento teria que ser totalmente positivo, não havendo dimensão crítica ou negativa na análise social, acreditando que Condorcet não descobriu, como ele fez, as leis da sociologia devido a sua postura e preconceitos revolucionários.
Comte, com o positivismo, foi o primeiro a sistematizar o pensamento sociológico, definindo seu objeto, estabelecendo conceitos e métodos de investigação. Acreditava no poder exclusivo da razão, sua capacidade de conhecer a realidade e traduzi-la na forma de leis naturais; tais leis permitiriam regular e controlar o comportamento e a vida humana.
Inicialmente, Comte denominou a sociologia de física social, sob a influência do êxito e reconhecimento obtidos pelas ciências naturais, aplicando seus métodos de investigação às ciências da sociedade.
Ao promover a Revolução Francesa com a qual alcança o almejado poder político a burguesia deixa de ser uma classe revolucionária para se tornar a classe dominante na França.
A desordem e a anarquia social denunciada por diversos pensadores correspondem aos novos conflitos gerados agora entre a burguesia e o proletariado.Conforme indicou Löwy (1985), são três as ideias principais do positivismo:
1. A hipótese fundamental de que a sociedade humana é regulada por leis naturais, portanto, invariáveis e independentes da vontade e da ação humana. Assim como a lei da gravidade, não é possível impedir ou modificar as leis da sociedade. Deste modo, “o que reina na sociedade é uma harmonia semelhante à da natureza, uma espécie de harmonia natural” (LÖWY, 1985, p. 36)
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