O PAPEL DO POSITIVISMO Do ponto de vista intelectual surgiu uma reação conservadora às transformações desencadeadas pela Revolução Industrial e pela Francesa. Como vimos, essas transformações provocaram profundas alterações na sociedade, novas situações que não eram “explicadas” pelos filósofos da época, como o aumento da urbanização, do número de suicídios, das epidemias e outras. Esses conservadores inicialmente construíram suas obras contra a herança iluminista. Não procuravam justificar a nova sociedade por suas realizações políticas e econômicas, ao contrário, a inspiração do pensamento conservador era a sociedade feudal, com sua estabilidade e acentuada hierarquia social. Consideravam os iluministas “aniquiladores” da propriedade, da autoridade e da religião. A sociedade moderna, na visão conservadora, estava em franco declínio. Não viam nenhum progresso numa sociedade urbanizada, na indústria, na tecnologia, na ciência e no igualitarismo. Lamentavam o enfraquecimento da família e da religião. Consideravam que a sociedade moderna era dominada pelo caos social, pela desorganização e pela anarquia. Preocupados com a ordem, a estabilidade e a coesão social, enfatizariam a importância da autoridade, da hierarquia, da tradição e dos valores morais para a conservação da vida social. Ao estudarem as instituições como família, a religião, o grupo social preocupava-se com a contribuição que poderiam prestar para a manutenção da ordem social. As idéias dos conservadores constituíram-se numa referência para os pioneiros da sociologia, particularmente os “positivistas”, interessados na preservação da nova ordem econômica e política que estava sendo implantada. Os positivistas foram bastante influenciados pelas idéias dos conservadores, pois também consideravam que na sociedade francesa pós-revolucionária reinava um clima de “desordem” e “anarquia”, visto que todas as relações tinham se tornado instável, e o problema a ser enfrentado era o de restabelecer a