Positivism and beyond - steve smith
Steve Smith
Nos últimos 40 anos, a disciplina de Relações Internacionais tem sido dominada pelo positivismo, que advoga uma visão unificada da ciência e a adoção de metodologias das ciências naturais para explicar o mundo social. Os chamados “Grandes Debates” não envolveram questões epistemológicas; a epistemologia empiricista do positivismo tem determinado o que existe em relações internacionais, determinando também o que pode ser estudado.
O que está em jogo no debate epistemológico?
O que as abordagens “críticas” de teoria internacional (pós-modernistas, feministas, pós-estruturalistas e Teoria Crítica) têm em comum é a rejeição dos pressupostos daquilo que é descrito como positivismo (a TRI tradicional ou mainstream). Há muito em jogo nesse debate. Isso fica claro pela forma como os teóricos do mainstream responderam à emergência dessas abordagens críticas ou pós-positivistas. Keohane, por exemplo, fala da necessidade de se avaliar os paradigmas rivais do racionalismo e do reflectivismo em termos de suas teorias testáveis, posicionando o desafio em termos que são eles próprios positivistas. O positivismo tem servido, portanto, como critério de julgamento entre teorias, e que qualquer teoria que não consiga atingir o marco positivista é relegada às margens. É claro ver como o positivismo é visto não apenas como uma alternativa explícita entre várias outras, mas como um “padrão-ouro” implícito com base no qual todas as abordagens são avaliadas. Há muito em jogo também graças às ligações entre teoria e prática. A definição do senso comum é o ato final do poder político, e nesse sentido o que está em jogo nos debates epistemológicos é muito significativo para a prática política. As teorias não apenas explicam ou predizem, elas nos dizem que possibilidades existem para a ação e a intervenção humanas; elas definem não apenas nossas possibilidades explicativas, mas também nossos horizontes éticos e práticos.
A história do