português
Questão 2
MEU PAPAGAIO SÓ ME FAZ
PASSAR VERGONHA
COM SEUS PALAVRÕES!
CRR
HÁ HÁ HÁ HÁ!
BUMBUM!
COCÔ! XIXI!
BOCÓ!
A carta abaixo reproduzida foi publicada em outubro de 2007, após declaração sobre a legalização do aborto feita por Sérgio Cabral, governador do Estado do Rio de Janeiro.
Sobre a declaração do governador fluminense, Sérgio Cabral, de que “as mães faveladas são uma fábrica de produzir marginais”, cabe indagar: essas mães produzem marginais apenas quando dão à luz ou também quando votam?
(Juarez R. Venitez, Sacramento-MG, seção
Painel do Leitor, Folha de São Paulo,
29/10/2007.)
(Gonsales, Fernando, “Níquel Náusea”. Folha de
São Paulo on line em www.uol.com.br/niquel)
a) No primeiro quadrinho, a menção a ‘palavrões’ constrói uma expectativa que é quebrada no segundo quadrinho. Mostre como ela é produzida, apontando uma expressão relacionada a ‘palavrões’, presente no primeiro quadrinho, que ajuda na construção dessa expectativa. b) No segundo quadrinho, o cômico se constrói justamente pela quebra da expectativa produzida no quadrinho anterior. Entretanto, embora a relação pressuposta no primeiro quadrinho se mantenha, ela passa a ser entendida num outro sentido, o que produz o riso. Explique o que se mantém e o que é alterado no segundo quadrinho em termos de pressupostos e relações entre as palavras.
Resposta
a) A expressão que contribui para a expectativa é
"passar vergonha", pois se espera que o papagaio só fale palavras de baixo calão.
b) As palavras ditas pelo papagaio, embora não pertençam à norma culta, também não se constituem em "palavrões" propriamente ditos, e isso ridiculariza o dono da ave diante de outros meninos, aparentemente afeitos a palavras chulas, mais "pesadas".
a) Há uma forte ironia produzida no texto da carta. Destaque a parte do texto em que se expressa essa ironia. Justifique.
b) Nessa ironia, marca-se uma crítica à declaração do governador do Rio de Janeiro.