Português
“Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio”
Ricardo Reis
1. Mensagem do Poema (esquema) cenário personagens
acção
conclusão
1.º impulso
o rio o poeta e a sua amada 2.º impulso
desejo epicurista de fruir o momento presente
renúncia ao desejo da fruição amorosa anulação do sofrimento causado pela antevisão da morte 2. Tema(s) é segundo Ângelo Crespo in Estudos de Fernando Pessoa, há, neste poema, os seguintes temas:
a) o rio como imagem da vida que passa [ “(...) fitemos o seu curso e aprendamos / Que a vida passa (...)”];
b) a vida vai para lá dos deuses [ “(...) para ao pé do Fado / Mais longe que os deuses.”];
c) a infância é a idade ideal [“crianças adultas (...) Nem fomos mais do que crianças.”];
d) o ideal de uma vida passiva e silenciosa [ “Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz”]; e) o amor ideal, não realizado carnalmente [ “(...) mais vale estarmos sentados ao pé um do outro /
Ouvindo o rio e vendo-o.”];
f) a carência de ideias dogmáticas e filosóficas como meio de manter-se puro e sossegado [ “(...) não cremos em nada, / Pagãos inocentes da decadência.”];
g) o próprio paganismo [“pagãos”].
3. Assunto é idílio amoroso do sujeito poético com a mulher amada à beira do rio. A frequência do imperativo e da 1.ª pessoa do presente do conjuntivo, com o sentido exortativo, põem em evidência a função apelativa da linguagem, que predomina ao longo do poema. O sujeito poético procura “converter” a mulher amada à sua filosofia de vida, julgando construir, assim, a dois, a felicidade possível. No final, chega à conclusão que o melhor será fazer uma contenção estóica das emoções (isto é recusar o prazer) para não sofrer. 4. Símbolos presentes no poema:
“rio” / “barqueiro” é vida / morte: alusão ao barqueiro mitológico, Caronte, que transportava os mortos, através do rio Letes;
“enlaçar” / “desenlaçar” as mãos é amar / não amar;
“Fado” é