Portugues
Dentre os estudiosos da língua, encontram-se várias definições sobre níveis de linguagem, mas a maioria deles considera que o uso da língua pode ocorrer em dois níveis: o coloquial e o culto, determinados pela cultura e formação escolar, pelo grupo social a que pertencem e pela situação concreta em que a língua é utilizada. Além disso, a língua pode ser utilizada em dois registros diferentes: o formal e o informal, que admitem certa escala de graus, indo do mais formal ao mais informal.
Um falante adota, portanto, diferentes níveis e registros da língua ao falar ou escrever, dependendo das circunstâncias em que se encontra: conversando com amigos, expondo um tema histórico na sala de aula ou dialogando com colegas de trabalho. “A língua é da esfera social, ao passo que a fala é da esfera individual”, diz Ferdinand de Saussure, o fundador da linguística moderna (1969).
O nível culto, mais utilizado em ocasiões formais, é também aquele que mais obedece às regras gramaticais. Por outro lado, o nível coloquial ou popular é utilizado na conversação diária, em situações informais, descontraídas. Há, nesse nível de linguagem, o registro informal da língua, ou seja, uma utilização mais espontânea e criativa da linguagem.
Nos diálogos do cotidiano, podemos perceber deslizes de concordâncias, repetições e até cacoetes típicos da oralidade. Por exemplo, uma dona de casa, ao participar de uma entrevista, pode expressar sua opinião sobre a atuação dos jogadores na Copa utilizando alguns clichês típicos do nível coloquial como: “fiquei em cima do muro” e “pelo andamento da carruagem”. Além disso, sua fala pode apresentar elementos típicos da oralidade como o
“né?” e expressões curiosas como: “na dura força”. Podem acontecer ainda deslizes na concordância: “veio duas amigas...”É possível observar o uso da língua em nível coloquial também no texto escrito, não só na reprodução da fala de algumas personagens na literatura como também em