portugues
Rui Viegas (rui.viegas@netcabo.pt)
A língua portuguesa está listada entre as dez línguas mais faladas no mundo. Actualmente, são sete os países que têm o português como língua oficial (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe). Com uma história longa, tem-se observado a sua mudança e variação sobretudo de um ponto de vista interno. Neste artigo, pretende observar-se, ainda que de forma breve, as influências externas que incidiram neste romance peninsular, levantando algumas questões que se julgam pertinentes para a melhor compreensão do percurso do português. Sempre que se julgue pertinente para uma clarificação da história externa, ter-se-á também em conta dados da história interna do português.
1. Nascimento do Português
Quando tentamos localizar no tempo o momento em que o romance português se tornou autónomo, deparamo-nos com alguns problemas. Poder-se-ia, eventualmente, tentar relacionar o nascimento da nação portuguesa com o uso deste romance, já que, como é sabido, a língua é também uma questão de política. Mas não é possível tirar conclusões tão facilmente e, aliás, quando se trata de periodizar na história de uma língua, teremos obrigatoriamente de fazer o caminho inverso. É que «(...) se deverão considerar à partida critérios exclusivamente linguísticos, quer dizer, uma periodização deve partir de uma caracterização linguística com base na selecção de traços considerados significativos numa perspectiva diacrónica e só num segundo momento se colocará a questão da relação das mudanças linguísticas com os factores externos que terão, eventualmente, condicionado» (Brocardo 1999:108).
Em cada fase ou período na história de uma língua pode observar-se uma estabilidade, sendo esta bastante relativa, já que, a língua, por essência, está em constante mudança. Se esta questão se observa na periodização da