Portfolio de Espanhol
Navegando em Águas Brasileiras: O Mapa Social do Jeitinho
O Modo de Navegação Social: A Malandragem e o “Jeitinho”
No referido texto, Da Matta define a relação existente entre a casa, a rua e o trabalho e define a casa e a rua como espaços distintos, mas que se complementam. Ele se refere ao cotidiano brasileiro como sendo casa-rua-trabalho, no qual a rua é um mediador do trabalho. A casa é definida como lar, um ambiente de harmonia e tranqüilidade, onde vivem pessoas com características e valores em comum, que vêm da tradição. Na casa, todos os seus membros – e mesmo aqueles que residem nela, mas não fazem parte do grupo familiar – são protegidos. Mais que um lugar físico, a casa é um lugar moral, onde a moral e honra falam mais alto. Diferentemente da rua, em casa somos alguém, temos um rosto, somos reconhecidos e respeitados. A rua é vista como um lugar de movimento, competição, onde é “cada um por si”. Segundo Da Matta, na rua somos vistos como massa e não existe o respeito e a amizade que encontramos em casa. A “harmonia” da rua é definida por leis ditadas por autoridades. De acordo com o nosso sistema, Da Matta define o trabalho como castigo e visto com horror.
Embora o texto de Da Matta nos leve a refletir sobre a sociedade brasileira, a definição de casa como lar está se tornando ultrapassada. Tendo em vista que, atualmente aqueles que deveriam zelar pela segurança e proteção do lar e de seus membros estão se tornando os próprios portadores da insegurança, do medo e do desrespeito, a definição de casa está equivocada. As ruas têm se tornado locais de abrigo para muitos que não encontram em casa a paz da qual precisam. A moral, a honra e os chamados “bons costumes” estão ficando para trás. São raras as famílias que ainda mantêm as tradições.
Em relação ao trabalho no Brasil, de acordo com Da Matta, por fornecer o emprego, o patrão pode controlar o emprego e as reivindicações dos empregados, pois apela para a