Porte Dauphine
“Those divine entrances to the metro by grace of witch one can descend into the region of the sub-conscious” Salvador Dali
Os projetos da estação de metro por Hector Guimard são conhecidos no mundo inteiro, sendo a Porte Dauphine a mais notável. A lógica e harmonia consolidam o terreno comum entre o século velho e o novo, a tecnologia e a arte, e dá a conhecer as potencialidades de um novo estilo sedutor de ferro e vidro. Guimard inova na concepção arquitetônica, na utilização de materiais e no estilo decorativo. Posicionada num jardim – não numa rua-, toda a estrutura tem algo quase mágico, ao incitar o viajante à passagem para um outro mundo que na realidade se verifica. A eficiência do que tinha sido construído num nível inferior (o metro) requeria uma contraposição artística para o espaço aberto. Como material de construção Guimard elegeu a liga de ferro para a estrutura de entrada, com uma maleabilidade e dureza maiores do que o ferro puro, e componentes de ferro fundido padronizados, pintados de forma a parecer que são bronze. Este é um material de fácil fabricação, transporte e montagem, resultando numa siderúrgica sinuosa sugerindo uma ramificação que envolve o portal.
Recorre ao mármore e betão para o porão e vidro pontilhado para a cobertura transparente, que apresenta a configuração de uma espécie de cúpula invertida de 3 metros de raio em telhas planas que lhe rendeu o apelido de libélula por se semelhar às asas do inseto. Esta cobertura tem continuidade nas paredes divididas em duas secções: a parte superior, composta de vidro pontilhado rematada com figuras curvas em ferro sugerindo folhas e raízes sustentadas por uma estrutura regular; e a parte inferior, revestida por paineis de lava esmaltada reproduzindo um mesmo padrão organicista Art Nouveau pintado a branco e azul que ecoa no ferro da armação. Guimard aplica um material vulnerável como o vidro sobre um esqueleto de