Porquinho-da-índia - Análise
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele prá sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...
- O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.
Manuel Bandeira
Análise fonética:
Aliteração dos fonemas “s”, “n”, “m”; e assonância das vogais “a” e “o”
Rimas: “mais bonitinhos mais limpinhos” (Não apresenta muitas rimas por ser coloquial).
Análise morfológica:
• Verbos:
1º Pessoa do Singular; Pretérito Imperfeito do Indicativo: Tinha, dava, queria, levava e gostava.
1º Pessoa do Singular; Pretérito Perfeito do Indicativo: Ganhei.
• Substantivos: porquinho-da-índia, anos, coração, fogão, sala, lugares, primeiro e ternurinha.
Substantivos concretos como “porquinho-da-índia” e “fogão”, usados para contar a história (lugares e personagens).
Substantivos abstratos como “ternurinha” e “coração” (usado em sentido abstrato), mostram a imagem afetiva com o porquinho.
• Adjetivos: bonitinhos e limpinhos.
Esses adjetivos foram usados para mostrar afinidade com o porquinho, e mostrar a infância do eu lírico (seis anos de idade).
• Metáfora:
Em "porquinho-da-índia foi minha primeira namorada", foi a primeira pessoa que o eu lírico “amou”.
Em “Que dor de coração me dava”, tem sentido de que tristeza me dava.
• Interpretação:
O autor, dono do animal, buscou mostrar o afeto com um porquinho-da-índia em sua infância. Manuel mostra sua frustração, no terceiro verso, ao perceber que o porquinho não realizava suas vontades infantis e ingênuas. Assim o autor compara seu afeto com o porquinho como sua primeira namorada, que contrariava seus desejos.