Por que o jornalismo precisa de doutores? Resumo e reflexão
“Investir em programas de pós-graduação fará com que a nossa atividade (jornalismo) se pareça mais com uma profissão e menos com um ofício” – Philip Meyer O trabalho do jornalista é mais complicado do que simplesmente fornecer informação ao público, deve-se levar em questão o que de fato está sendo fornecido. Segundo Meyer, em um futuro próximo, os jornalistas terão de compreender não apenas os processos e efeitos da comunicação de massa e certas teorias que visam explicá-la, mas também dominar as habilidades do ofício – por exemplo: redação, edição, diagramação e produção. A tecnologia está mudando os moldes da sociedade, e o jornalismo está incluído nessa mudança. Para ser considerado um bom profissional da área é necessário possuir e buscar continuamente o conhecimento da teoria, dos principios que subjazem o ofício propriamente dito. Um ofício é aprendido por imitação: assistir à performance de um mestre, para depois, imitá-la. Já uma profissão é aprendida a partir de princípios fundamentais, de modo que quando as situações se modificarem, o profissional entende e é capacitado para ajustar as técnicas, a fim de se adequar. Dois séculos atrás, quando as escolas de jornalismo foram criadas, o professor ideal de jornalismo era uma espécie de “artesão” da imprensa, capaz de compartilhar as habilidades em seu trabalho com os jovens, que, por sua vez, retornariam ao mesmo mundo que o professor havia deixado. O doutorado é um título dado a quem realiza pesquisa, e um artesão da profissão – ou mais além, do ofício – não vê necessidade de mudança, tampouco reconhece a demanda de investigá-la. Para preencher essa necessidade social de na falta de suporte financeiro por parte da indústria, professores de jornalismo e seus doutorandos viram-se forçados a desenvolver projetos engenhosos, porém, de alcance limitado, estudos experimentais com objetos de força secundária, análises de conteúdo a partir de material