Por onde passa a satisfação residencial
Por onde passa a satisfação residencial
Maria João Freitas* Introdução
Desde os anos 60 que o LNEC vem privilegiando projectos de investigação com o objectivo de definir, analisar e avaliar a Qualidade Habitacional, e neste sentido tem acumuladas quer uma larga experiência e conhecimentos no que respeita a metodologias e instrumentos técnicos ao serviço da análise da qualidade habitacional, quer um enorme espólio de informação recolhida com este propósito. Enquadrando-se num projecto interdisciplinar que visava a construção de um sistema informático para a exploração de soluções e desenvolvimento de projectos arquitectónicos com vista à melhoria de qualidade do habitat, financiado pela FCT e enquadrado no Plano de Investigação do LNEC, realizaram-se, entre outros, dois estudos com o objectivo do desenvolvimento de um modelo explicativo da satisfação residencial e identificar e caracterizar modelos de habitar. A contribuição destes estudos para o referido projecto baseava-se na pertinência de fornecer matéria de apoio ao projectista sobre a estruturação da satisfação residencial susceptível de poder vir a ser integrada na definição das exigências dos utentes na construção e desenvolvimento dos projectos arquitectónicos, reduzindo assim os custos sociais de uma desadequação entre a produção habitacional e as necessidades de quem potencialmente a possa procurar. Nesta comunicação centrar-nos-emos apenas nos resultados apurados num desses estudos – o da explicação da satisfação residencial 1 - e na sua interpretação estritamente sociológica. Este estudo visava a construção de um modelo explicativo da satisfação residencial tendo em conta parâmetros de caracterização objectiva dos cenários habitacionais e residenciais em avaliação, a caracterização sociológica dos residentes e as especificidades dos percursos que