População indigna
Depois de mais de 500 anos de história, ainda é difícil expressar em números a identidade indígena no Brasil. Dados oficiais indicam que 460 mil índios vivem hoje em todas as regiões do país, segundo informações da Funai, Fundação Nacional do Índio. Mas quando o último censo demográfico, em 2000, perguntou ao brasileiro como ele se autodeclarava, 734 mil disseram considerar-se índios – índice que corresponde a quase 0,5% da população brasileira. Segundo o último relatório das Nações Unidas, de 2008, 5% da população mundial é indígena. São mais de 5 mil etnias diferentes espalhadas por 70 países, mas com problemas semelhantes: extrema pobreza, carência de terras, desnutrição, baixa escolaridade, menor acesso a serviços de saúde e preconceito dentro da sociedade onde vivem. O Brasil tem uma das maiores diversidades indígenas do mundo, com 225 povos que falam180 línguas diferentes. Essa população nativa, que chegou a 10 milhões de indivíduos, vive, em sua maior parte, nas regiões Norte e Centro-Oeste, principalmente na área da Amazônia Legal. Segundo a Funai, há 657 reservas indígenas no Brasil – 403 das quais devidamente regularizadas, a maioria na Amazônia Legal. Além da questão da demarcação, há ainda um outro problema: a falta de consenso sobre o aproveitamento das terras. A educação indígena, citada na Constituição de 1988, mas só discutida em particular a partir de 1996, conseguiu algumas conquistas ao longo das décadas, dentre as quais, um centro universitário específico. O Programa de Educação Superior Indígena Intercultural (Proesi) é dedicado à formação de professores