Ponto de vista
Depois que o Japão implantou o conceito de Qualidade Total, ficou claro que a qualidade deveria ser responsabilidade de cada funcionário da empresa, independentemente de sua função ou de seu nível hierárquico. No Brasil a Qualidade Total chegou na década de 1990, trazida pelo Prof. Vicente Falconi. O inspetor de qualidade virou espécie em extinção.
Na área ambiental acontece hoje nas empresas o que acontecia antes com a qualidade. A visão dominante em quase todas as empresas é a de que quem cuida do assunto é o Setor de Meio Ambiente. Há um entendimento de que gestão ambiental é uma questão de procedimentos, diretrizes e auditorias. Portanto, cabe ao Setor de Meio Ambiente definir e fiscalizar, nos mesmos moldes do trabalho dos Órgãos de Controle Ambiental (o chamado Processo Comando e Controle). Não é à toa que em muitas empresas o Setor de Meio Ambiente é chamado pelos funcionários de Ibama, Cetesb, etc.
Esse é o principal equívoco das empresas, razão maior pela qual o desempenho ambiental ainda é tão baixo. É preciso entender que, apesar de ser um assunto técnico, a gestão ambiental deve ser tratada como uma questão cultural da organização. Do mesmo modo que hoje se entende a Qualidade Total, a gestão ambiental deve ser compreendida e praticada por cada pessoa dentro da empresa. Cabe ao Setor de Meio Ambiente implantar e coordenar esse processo.
Esse grande equívoco acaba produzindo as situações verificadas na maioria das empresas. Decisões importantes tomadas pelos setores de marketing, comercial ou de produção, por exemplo, vão completamente contra a Política Ambiental e o discurso da empresa. Aí, para evitar tais problemas, em vez de criar uma cultura de sustentabilidade na empresa, se cria o procedimento de fazer passar