Políticas P[ublicas
III PROUDHON, A UTOPIA DO SOCIALISMO
OU O SOCIALISMO DE UMA UTOPIA?
As transformações econômicas que aconteceram em face da revolução industrial acompanharam um grande progresso político, consolidando ainda mais o poder da burguesia. O cenário de nascimento do socialismo utópico, a França do início do século XIX, abundavam as crises provocadas pelo avanço do sistema liberal, que produzia miséria em série, proporcionando precárias condições de vida aos cidadãos que então chegavam recentemente do meio rural. A jornada de trabalho absurda e o uso de mão de obra infantil completavam o cenário de horror que a Revolução Industrial criou inadvertidamente.
Não foi por outra razão que Feredrick M. Watkins e Isaac Kramnick, autores do livro A Idade da Ideologia, escrevendo sobre as origens do socialismo, afirmaram: “O socialismo surgiu com o fracasso do liberalismo. Originou-se da incapacidade do liberalismo de implementar suas promessas mais otimistas de bem estar econômico”.
Os primeiros socialistas rotulados e aceitos como utópicos:
Saint-Simon (*1760 †1825)
Charles Fourier (*1772 †1772)
Robert Owen (*1771 †1858)
A classificação decorre de pretenderem resolver o desafio das graves questões sociais, com ideias que, mesmo fracassando quando testadas, os mantinham na convicção de serem capazes de solucionar os terríveis desequilíbrios das estruturas sociais e econômicas da época. Para alguns, Pierre Joseph Proudhon estava entre eles. Para outros, longe de ser um socialista, ele era um anarquista. Marx chegou a acusa-lo, depreciativamente, de ser um “pequeno burguês”.
Pierre Joseph Proudhon, filho de um tanoeiro e de uma cozinheira, nasceu em Besançon, em 15 de janeiro de 1809 e morreu em Paris em 19 de janeiro de 1865. Em 1838, mudou-se para a capital francesa, onde publicou, no ano seguinte, sua primeira obra conhecida, La Célébration du Dimanche (A celebração do domingo). Em 1840 saiu a Premier Mémoire sur la Proprieté (Primeira