POLÍTICA ECONÔMICA NO GOVERNO DE JOÃO GOULART
O modelo clássico apresenta um conjunto de hipóteses e conclusöes fundamentais, entre as quais as principais são as que se seguem.
Inexistência de desemprego involuntário. Trata-se da manutençäo automática do equilíbrio de pleno emprego. A concorrência perfeita no mercado de trabalho, conjugada com as hipóteses em que se fundamenta a lei de Say-Mill, garante que todos os que desejam trabalhar aos salários vigentes no mercado conseguiräo emprego, ainda que ocorra uma certa demora entre a oferta de trabalho e a efetiva contratação. (…) Além disso, a lei de Say-Mill garante que tudo o que for produzido será comprado, näo havendo, assim, crises de subconsumo ou de superproduçäo. A esse respeito, a perfeita flexibilidade dos preços é outra garantia de que a demanda sempre acompanhará a oferta de bens e serviços, seja qual for o seu nível.
Näo há retençäo de moeda ociosa. A teoria quantitativa da moeda, pressupondo que os agentes econômicos desejam moeda apenas como um instrumento de trocas, torna-se uma teoria simples de demanda agregada, à medida que considera a velocidade da moeda relativamente estável e dependente de fatores institucionais, imutáveis a curto prazo. Os saldos monetários em poder dos agentes econômicos têm finalidade exclusiva de atender a finalidades transacionais, dada a falta de sincronismo entre recebimentos e pagamentos. (Lopes & Rossetti, p.153-56). A moeda é considera apenas um "véu", sob o qual ocorrem os fenômenos econômicos "reais".
Os Juros säo um fenômeno real. A poupança, como renda näo consumida, será encaminhada, via taxa de juros, para os investidores que estejam dispostos a pagar pelos recursos que desejam destinar à produçäo. A parcimônia e a produtividade marginal do capital é que, em última instância, determinam a taxa de juros, que assim é admitida como um fenômeno relacionado ao setor real da economia. Apenas transitoriamente a moeda pode afetar a taxa de juros.
Independência entre os vários mercados. Cada