Polícia militar

Comunicação Social - Jornalismo
Tutoria IV — Professor Elias Novellino

"A polícia se imagina em uma guerra"
Tese de tenente coronel aponta problemas na formação de policais como causa da violência

O crescente registro de mortes causadas pela Polícia Militar na cidade de São Paulo tem assustado não só a população. A ação da PM em Pinheirinho no começo deste ano e recentemente a morte do publicitário Ricardo Prudente de Aquino em Pinheiros chamou a atenção da polícia como um órgão. Entender as razões do porque um cidadão de classe média, bem estudado e com base familiar se forma na polícia paulistana e se torna um assassino fez o tenente coronel Adilson Paes de Souza, que trabalhou 30 anos na PM, criar a tese intitulada "A Educação em direitos humanos na polícia militar" defendida em Junho deste ano na na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo São Francisco. Para compor sua pesquisa o tenente entrevistou PMs condenados por assassinato para trazer solução a uma questão que o perseguia: "Saber se a formação que os ex-policiais entrevistados tiveram na PM os influenciou de alguma maneira a praticar o ato (de matar alguém)" contou Adaiton em entrevista coletiva à PUC-SP. E o que descobriu foi que há uma péssima formação policial em relação aos direitos humanos. Adailton acredita que esses homens não são preparados para o que irão encontrar nas ruas e que isso acaba conflituando com a realidade que eles achavam que iriam encontrar. Lidar com a impunidade dos criminosos, corrupção dentro da própria polícia e a "aceitação" diante dos integrantes das tropas foram alguns dos motivos relatados pelos ex-políciais condenados. Eles relatam que como não adiantava levar os meliantes para a delegacia pois eram liberados após pagar propina, então decidiu que talvez fosse hora de "fazer justiça com as próprias mãos". Já um outro entrevistado admitiu que matava pois acreditava ser a forma mais fácil de ser "incorporado, respeitado e