policia militar
“A polícia tem que estar mais bem preparada para lidar com as manifestações, ela tem recursos de menor nível de força que não usa ou usa de forma incorreta. Nisso a polícia ainda tem muito a avançar”, afirma Carolina Ricardo, coordenadora da Área de Sistemas de Justiça e Segurança Pública do Instituto Sou da Paz.
Dificuldade de assimilar conceitos do uso diferenciado da força e falta de supervisão no estágio prático dos policiais também foram apontados entre as deficiências da PM paulista. Um levantamento realizado entre as escolas formadoras de policiais no estado constatou que os militares têm dificuldade de usar a capacidade mediadora para a resolução de conflitos antes do uso da força.
“Quando um policial se comunica e manda alguém parar, quando faz uma revista ou uma batida, ele já está fazendo uso da força em menor grau. Existem níveis que precisam ser compreendidos pelos policiais”, explica a coordenadora.
Proibição. Os casos de uso excessivo da força e uso indiscriminado das armas de baixa letalidade levaram o senador Lindbergh Farias (PT) a propor a Projeto de lei do Senado 300 (PLS 300), que está parada na câmara desde 27 de julho. O texto proíbe a utilização de armas equipadas com balas de borracha, festim ou afins, pelas forças policiais estaduais ou federais, ou pelas Guardas Municipais, em operações de policiamento de manifestações públicas.
A proposta tem gerado reações na corporação. Segundo o coronel da Polícia Militar de São Paulo, André Vianna, a proibição total de armas menos letais na contenção de multidões seria um erro. “O que se espera que as polícias utilizem em manifestações?