Poltica e educação
Os governantes dos anos de 1990 estruturaram uma verdadeira contra-revolução nas esferas social, política e ideológica ao procurarem superar a crise econômica dos anos de 1980.
Com a posse de Fernando Collor de Mello, em 1990 e até os anos de 1992 com o seu impeachment, os motivos populistas que haviam caracterizado sua campanha foram trocados por um estilo modernizado e intervencionista que trouxe amargas conseqüências para os brasileiros, tendo como foco central o ajuste da economia brasileira às exigências de reestruturação global da economia, com aberturas prematuras do mercado aos produtos internacionais.
Logo se viu um Brasil impossibilitado de competir com o mercado internacional e a necessidade de formação de cidadãos que dominassem os códigos da modernidade. Atribui-se à educação dos anos de 1990 a responsabilidade pela formação desse cidadão e a conseqüente sustentação do mercado competitivo.
A Conferência Mundial de Educação para Todos
Em 1990, em Jomtien, realiza-se a Conferência Mundial de Educação para Todos, financiado pela UNESCO, UNICEF, PNUD e Banco Mundial, na qual os 155 governos presentes comprometem-se a assegurar a educação básica de qualidade às crianças, jovens e adultos e no qual o Brasil, um dos países com maior nível de analfabetismo, se compromete em criar ações para a melhoria dessa condição.
Segundo Rosa M. Torres, as estratégias acordadas nessa Conferência foram: satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem de todos; eliminar toda a discriminação na educação, principalmente a de gênero; dar atenção aos desamparados e portadores de necessidades especiais; concentrar a atenção mais na aprendizagem que em aspectos formais; valorizar o ambiente para a aprendizagem; fortalecer o consenso entre os vários interesses, reconhecendo a obrigação do Estado e das autoridades educacionais em proporcionar educação básica à população e a necessidade de