Politicas economicas governo lula
CRESCIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE RENDA
Nelson Barbosa* e José Antonio Pereira de Souza**
Durante o governo Lula, o Brasil iniciou uma nova fase de desenvolvimento econômico e social, em que se combinam crescimento econômico com redução nas desigualdades sociais. Sua característica principal é a retomada do papel do Estado no estímulo ao desenvolvimento e no planejamento de longo prazo. Nos últimos anos, o crescimento do produto interno bruto acelerou, o número de famílias abaixo da linha de pobreza descresceu, e milhões de pessoas ingressaram na classe média, isto é, na economia formal e no mercado de consumo de massa. A aceleração do desenvolvimento econômico e social foi alcançada com manutenção da estabilidade macroeconômica, isto é, com controle da inflação, redução do endividamento do setor público e diminuição da vulnerabilidade das contas externas do país diante de choques internacionais. O objetivo deste texto é apresentar um resumo da política econômica que possibilitou tal desempenho.
Para facilitar a exposição, mencionaremos apenas alguns números da economia brasileira, deixando para o anexo estatístico uma apresentação mais detalhada da evolução anual das principais estatísticas econômicas do Brasil no período analisado. CONDIÇÕES INICIAIS
O presidente Lula assumiu o governo federal com grande apoio da população, mas em um contexto de incerteza e desconfiança por parte dos grandes investidores financeiros. No início de 2003, a incerteza macroeconômica derivava principalmente do impacto da depreciação cambial ocorrida no ano anterior sobre a inflação e as finanças públicas do país. Mais especificamente, durante a campanha presidencial de 2002 o Brasil foi alvo de forte ataque especulativo na forma de redução nas linhas de financiamento externo para o país, aumento no prêmio de risco exigido por credores para adquirir títulos brasileiros e forte depreciação do real. Em números, o