Politicagem nas empresas
por José Antônio Rosa*
Vivendo num país em que as pesquisas mostram que, no geral, a política goza de baixa credibilidade, a frase "fazer política" adquire um forte sentido pejorativo e o profissional classificado com ela usualmente é objeto de críticas. Na empresa, quando se diz que alguém "faz política" usualmente se quer dizer que o Fulano gasta tempo e energia manobrando para atingir seus objetivos, digamos, em vez de trabalhar e cuidar do que efetivamente deve. As pessoas até têm um certo receio do profissional que faz política.
O problema é que, desde que passou a residir na polis (cidade, em grego), cuidar dos interesses dela, ou seja, fazer política passou a ser inevitável - e é até mesmo uma obrigação do cidadão. O raciocínio vale para a dimensão empresarial: quem está dentro da empresa tem de fazer política, primeiro, porque é inevitável; segundo, porque é obrigação ética. O problema então fazer boa política e não politicagem vil e contraproducente.
Fazer politicagem baixa na empresa, por exemplo, é:
· Manobrar contra os colegas pelas costas;
· Usar a fofoca e a intriga como meios de captar alianças, de desqualificar pessoas, de persuadir e levar gente para o caminho errado;
· Bajular, adotar postura camaleônica, tornar-se "yes-man" ou "yes-woman" (gente que só diz sim para agradar aos chefes).
Fazer política no bom sentido da palavra, por exemplo, é:
· Ter genuíno interesse pelo sucesso e pelos destinos da empresa;
· Defender as próprias idéias sobre o que é melhor para a empresa (e não para si mesmo), tentar persuadir os demais para os caminhos melhores para a organização;
· Cooperar, formar alianças legítimas, envolver-se, participar;
· Criticar, no bom sentido da palavra, e argumentar contra alternativas que possam prejudicar a empresa.
SER POLITIQUEIRO OU POLITICO? EIS A QUESTÃO
Quem nunca ouviu a frase “quem não é político na empresa, não sobe na carreira”? Outro dia, um velho