politica
Ruth Costas
Da BBC Brasil em São Paulo
Atualizado em 5 de agosto, 2014
Não é a toa que o slogan que ajudou a alçar Bill Clinton à Casa Branca nos anos 90 se popularizou também fora dos EUA: "É a economia, estúpido!" resume uma dinâmica que há décadas tem definido corridas eleitorais pelo planeta – e as eleições brasileiras de outubro não parecem ser uma exceção.
"Especialmente em um cenário de desaceleração econômica, como o do Brasil hoje, o eleitor tende a votar com o bolso", diz Carlos Melo, cientista político do Insper.
"Ele está mais preocupado com sua renda e emprego do que, por exemplo, com casos de corrupção."
Segundo Renato Perissinotto, cientista político da Universidade Federal do Paraná, a economia terá um lugar central no debate eleitoral brasileiro "porque o desempenho do governo nessa área, sobretudo no último ano, tem sido muito ruim".
"Trata-se de um cenário que, para muitos, é o pior dos mundos, pois conjuga inflação crescente e baixo crescimento econômico", diz Perissinotto. "A oposição não tem nenhuma proposta alternativa claramente delineada, mas encontra-se na posição confortável de poder atacar os pontos negativos do desempenho do governo nesse campo."
Faltando dois meses para o primeiro turno, temas econômicos parecem ter dominado o discurso dos presidenciáveis.
Os principais candidatos da oposição, Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB, atribuem o baixo crescimento a políticas equivocadas adotadas pelo governo.
"O que me preocupa são os 7% de inflação e 1% de crescimento que serão deixados para nós se formos eleitos", disse Aécio, traçando um paralelo entre os indicadores econômicos e a derrota por 7 a 1 para a Alemanha.
Já o governo atribui as análises negativas a um "pessimismo inadmissível" de fundo eleitoral e chama a atenção para a força do mercado de trabalho e o crescimento da renda dos trabalhadores.
"O mesmo pessimismo da Copa está se dando