Politica
Diogo Carvalho
Nos últimos 10 anos o PT, através de suas políticas sociais, culturais e econômicas, realizou mudanças estruturais na sociedade brasileira. Uma destas mudanças e que está sendo objeto de estudo, debates e embates teóricos foi a ampliação da classe trabalhadora, cujo acesso a bens de consumo duráveis ou não duráveis propiciou a ampliação do mercado de consumo interno, indispensável para que o Brasil não sofresse, na escala que a Europa sofreu, os efeitos da crise de um modelo de capitalismo que o Brasil não adotou durante os últimos governos do PT.
É claro que este parágrafo introdutório não se predispõe a analisar as causas que levaram ao sucesso da economia brasileira e o papel do PT na condução do Estado Brasileiro nos últimos 10 anos. Nossa intenção é provocar o Partido para incorporação de uma agenda que ultrapasse os limites do tangível, uma agenda que esteja de acordo com algumas demandas contemporâneas, algumas delas ocasionadas, pelas próprias transformações sociais impulsionadas pelo PT e pelas mudanças que o mundo experimentou ao longo do início do século XXI.
O mundo mudou nos últimos anos, as novas tecnologias não são mais novas, são contemporâneas, elas afetaram de tal forma a sociabilidade que a inclusão sócio-digital é um critério utilizado pela UNESCO como indicador de cidadania. Assim, é necessário ao PT, e as suas instâncias um profundo debate sobre o impacto destas teleralidades na nossa pauta política, e também na nossa maneira de organização. Isso não significa que o PT deva abdicar de seu vitorioso legado na Presidência da República, pelo contrário, a assimilação de novas bandeiras políticas deve ser uma demonstração que o PT pode oferecer mais à população do que qualquer outro Partido, isso é importante, mas não é novo na história do PT, cuja capacidade de transformação, adaptando-se a conjunturas diversas, é notável e demonstra o quão é saudável a vida partidária petista,