Politica
A biografia da administração brasileira é uma reprodução constante da batalha entre duas forças: de um lado, uma burocracia formalista, ritualista, centralizadora, ineficaz e infensa às tentativas periódicas de modernização do aparelho do Estado, aliada de interesses econômicos mais retrógrados e conservadores, embora politicamente influentes; de outro, as correntes modernizantes da burocracia e seus próprios aliados políticos e empresariais. A primeira quer perpetuar seu controle social e seus privilégios através da centralização burocrática, de natureza conservadora e imobilista. As forças modernizantes, por seu turno, que representavam a emergência de um novo Brasil urbano, incipientemente industrializado e aberto ao exterior, a exigir novas missões para o Estado, principalmente na área de ampliação da infra estrutura econômica e social, bem como a defesa e a proteção da incipiente indústria nacional, hoje apontam para a globalização e o liberalismo.
2. PRINCIPAIS IDÉIAS DO TEXTO
As experiências de reforma administrativa pós-1930; A revolução das autarquias; A centralização como estratégia de eficiência; O desmonte dos sistemas centralizadores; O modelo sistêmico do Decreto-lei nº 200; Modernização e desburocratização; O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado; Como se explica a dinâmica da reforma/contra reforma; Por que fracassam os esforços de modernização e reforma?
2.1 As experiências de reforma administrativa pós-1930
Algumas tentativas de modernizar a máquina estatal tiveram grande importância no caminho que tomou a organização do Estado no Brasil a partir de 1930. Invariavelmente, seus avanços foram progressivamente reduzidos e mesmo eliminados pelas reações dos setores mais conservadores e tradicionalistas da burocracia estatal. Entre essas tentativas, merecem destaque especial:
A introdução dos modelos autárquicos, inspirados no modelo fascista italiano, que permitiram a um grande número de organizações públicas operar