Politica de saúde no Brasil
Os anos de 1980 foram marcados pelo fim do Regime Militar e o início da crise do capital que perdura até os dias atuais. Naquele tempo houve uma série de movimentos sociais inclusive na área da saúde, impulsionando críticas e questionamentos ao antigo padrão de intervenção do Estado na área da saúde. Como nos elucida BRAVO (1996, p.8) “saúde deixou de ser interesse apenas dos técnicos para assumir uma dimensão política, estando estreitamente vinculada à democracia”. Com a grande mobilização social houve a realização da VIII Conferência Nacional de Saúde, realizada em março de 1986, em Brasília – Distrito Federal. Foi a primeira vez que a população participou das discussões da conferência. E teve como temas: I A Saúde como direito inerente, a personalidade e a cidadania; II Reformulação do Sistema Nacional de Saúde; III Financiamento setorial. Segundo LUZ (2000: 302) “a intensa movimentação da sociedade civil teve um papel muito importante para a aceitação, na política oficial, das propostas da VIII Conferência Nacional de Saúde, em grande parte consubstanciadas no SUS”. Esse movimento representou uma grande ruptura com a história anterior das políticas sociais brasileiras, ao garantir o acesso ao SUS como universal. “E sua principal conquista foi a elaboração de um projeto de reforma sanitária defendendo a criação de um sistema único de saúde que centralizasse as políticas governamentais para o setor, desvinculadas da previdência social e que, concomitantemente, regionalizasse a gestão da prestação de serviços, ao privilegiar o setor público e universalizar o atendimento.” (Site Fundação Oswaldo Cruz)
Segundo VIANA (2000, p. 118) os críticos do modelo de saúde dos anos de 1970 começaram a promover intensos debates sobre saúde pública nos inúmeros simpósios, encontros e conferências, dando origem ao Movimento Sanitário, formado por intelectuais, trabalhadores da área da saúde e políticos oposicionistas. Deste modo, foi