Politica anos 70
Em todas as análises, os anos 70 são descritos como uma época de crescimento econômico vertiginoso, rotulada de “década do Milagre Brasileiro”. Para melhor ou pior, parecia que tudo no país alcançava índices jamais vistos ou previstos. Nas cidades, o contingente populacional explodia, e surgiam novos desafios, provocados pelas enormes aglomerações.
Havia também um boom na construção civil, fosse de residências (num processo coordenado pelo BNH), fosse de grandes obras que davam continuidade aos investimentos estatais em setores básicos como, por exemplo, a energia e os transportes. A produção industrial se ampliava a todo o vapor, e as exportações batiam recordes. Por outro lado, a repressão política e a subversão armada, esta principalmente na forma de guerrilha urbana, atingiam níveis também inéditos.
Nos primeiros anos da década, já haviam sido estabelecidas as regras para o tripé que sustentaria a economia na década seguinte: o Estado, as multinacionais e o grande capital nacional. Surgiam as chamadas joint ventures. A idéia em voga era executar, em todos os setores básicos da economia, um forte programa de substituição de importações. O governo procurou estimular os empresários destinando-lhes recursos do BNDES para que iniciassem ou expandissem seus negócios.
Já com vinte anos de experiência na análise de viabilidade de projetos e no gerenciamento de créditos, o BNDES continuaria sendo peça indispensável no esquema estatal de indução ao desenvolvimento. À frente dessa missão, Marcos Pereira Vianna presidiu o Banco por dez anos, de 1969 a 1979.
O I Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), sob a responsabilidade do ministro do
Planejamento, João Paulo dos Reis Velloso, estabeleceu as diretrizes para o período
1972-4. Previa-se um crescimento do PIB em torno de 8% a 9% ao ano, uma inflação anual abaixo dos 20% e um aumento das reservas cambiais em pelo menos US$ 100 milhões. O setor automobilístico era uma das principais